Metrô CPTM – A BYD Skyrail assumiu o contrato de sistemas da Linha 17-Ouro após uma longa batalha judicial em que a empresa e o Metrô conseguiram impedir que o Consórcio Signalling tornasse vencedor da licitação.
Como ficou claro tempos depois, o grupo liderado pelo empresário Sidney Piva estava em situação financeira calamitosa e a chance de executar o contrato, caso tivesse conseguido convencer a Justiça, seria mínima.
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O consórcio, que era formado por duas empresas em recuperação judicial (T’Trans e Bom Sinal) e uma estrangeira, pretendia oferecer ao Metrô o espólio deixado pela Scomi, fabricante da Malásia que deveria ter fornecido os trens originalmente, mas faliu.
Não havia tecnologia proprietária no grupo já que nem mesmo os sistemas de sinalização e de portas de plataforma tinham sido executados por elas. A sócia austríaca, a Molinari, tinha apenas apoiado projetos de outras empresas.
Impedida de executar o serviço após a assinatura do contrato, a BYD SkyRail só conseguiu aval da Justiça no final de 2021 e desde então tem mostrado evolução.
O primeiro trem dos 14 que serão fornecidos está em testes na China enquanto no Brasil a empresa acaba de entregar o primeiro aparelho de mudança de via, que será instalado no Pátio Água Espraiada.
Portas com 1 milhão de ciclos de testes
Também na China estão sendo executados os testes de funcionamento das portas de plataforma, projeto que atingiu um marco importante recentemente, a conclusão de 1 milhão de ciclos, ou seja, abertura e fechamento das portas das fachadas.
“As portas de plataforma da Linha 17-Ouro estão sendo produzidas pela BYD Skyrail e parte dos testes foi feita de forma remota entre os engenheiros que ficam em São Paulo e na China. Todo o processo foi acompanhado e validado pela Companhia do Metropolitano de São Paulo”, disse a empresa em comunicado.
O trabalho da BYD enfrenta dois desafios, o primeiro é fato de governo chinês ter impedido que estrangeiros entrassem no país por um longo período por conta da pandemia. Isso afetou o acompanhamento in loco de pessoal do Metrô. O segundo é o imbróglio das obras civis.
A conclusão das sete estações e pátio atrasou por conta do trabalho lento do Consórcio Monotrilho Ouro (Coesa e KPE) e que acabou tendo o contrato rescindido. Com isso, áreas importantes ainda não foram concluídas, impedindo testes de sistemas e trens.
Essa situação promete ser resolvida nos próximos meses pela empresa Agis, que assumiu o contrato de obras civis.
A BYD SkyRail deverá mostrar mais detalhes e informações sobre os sistemas da Linha 17-Ouro durante o evento MonorailEx, que reúne os fabricantes e fornecedores do modal a cada ano e será realizado pela primeira vez no Brasil.
O encontro ocorre entre 20 e 24 de outubro no Hotel Radisson Paulista, em São Paulo.
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