O Globo – Um pacote de financiamento para projetos de infraestrutura logística de integração da América do Sul anunciado hoje pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, integrantes do governo federal e representantes de organismos multilaterais na reunião de cúpula do Mercosul soma um total de US$ 10 bilhões (R$ 49,1 bilhões) em investimentos na região.
O objetivo da iniciativa é financiar investimentos que possam facilitar a circulação de bens e a integração econômica entre os países sul-americanos. Os projetos foram agrupados em cinco rotas prioritárias de integração do Brasil com os vizinhos, explicou a ministra do Planejamento, Simone Tebet.
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Os valores envolvem todos os projetos do pacote de integração regional, não apenas os que estão previstos para o território brasileiro. Tebet afirmou que o pacote envolve 124 projetos de infraestrutura, que já estavam previstos no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e que foram priorizados pelo ministério por terem ligação com o projeto de integração regional:
— No Novo PAC há 124 iniciativas, espalhadas nos estados de fronteira dessas cinco rotas priorizadas pelo MPO, com caráter direto de integração. Trata-se de um “PAC da Integração”, que contempla infovias, hidrovias, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e linhas de transmissão de energia elétrica”.
Quase R$ 15 bi só do BNDES
Na cerimônia na tarde de hoje, no Rio, foram apresentados como integrantes do plano de financiamento dos projetos diferentes instituições financeiras da região: BNDES (US$ 3 bilhões – cerca de R$ 14,7 bilhões); CAF-Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe (US$ 3 bilhões – R$ 14,7 bilhões), o Banco Interamericano de Desenvolvimento-BID (US$ 3,4 bilhões – R$ 16,7 bilhõe
No Rio, os presidentes do BNDES, Aloizio Mercadante, e do BID, o brasileiro Ilan Goldfajn, participaram do anúncio, assim como o presidente do CAF, Sérgio Diaz-Granados. Simone Tebet afirmou que o total de US$ 10 bilhões anunciados são recursos novos, não incluem, por exemplo, recursos previstos no Orçamento brasileiro ou no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para obras no Brasil.s) e o Banco de Desenvolvimento (Fonplata – US$ 600 milhões – R$ 2,9 bilhões).
O programa de investimentos na integração logística foi batizado de “Rotas para a Integração”, segundo nota divulgada mais cedo pela Presidência da República, sem mais detalhes.
“O foco desta atuação conjunta serão os projetos estratégicos de infraestrutura de integração, incluindo o apoio tanto por meio da disponibilidade de linhas de financiamento como por meio da estruturação de projetos. A iniciativa também poderá promover o financiamento de projetos de integração nas áreas social, ambiental e institucional”, diz a nota da Presidência.
No Rio, os presidentes do BNDES, Aloizio Mercadante, e do BID, o brasileiro Ilan Goldfajn, participaram do anúncio, assim como o presidente do CAF, Sérgio Diaz-Granados. Simone Tebet afirmou que o total de US$ 10 bilhões anunciados são recursos novos, não incluem, por exemplo, recursos previstos no Orçamento brasileiro ou no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para obras no Brasil.
A ministra do Planejamento afirmou que a estruturação do pacote de cooperação demandou cinco meses de estudos para ser estruturado. Inicialmente, o valor total seria de US$ 9,6 bilhões, mas alcançou US$ 10 bilhões com um aporte adicional de US$ 400 milhões do BID.
— Ilan ficou assustado (com o pedido adicional), mas sabemos que ele tem reservas — brincou Tebet, lembrando que projetos de integração logística entre os países da América do Sul são planejados há décadas. — Sao sonhos de 40 anos, mas que ja estao acontecendo.
Mercadante: ‘Adensar cadeias produtivas’
Mercadante explicou que os US$ 10 bilhões são apenas para financiamento de obras lidereadas pela iniciativa privada ou governos regionais, como os de estados e municípios. Custearão participações público-privadas (PPPs), concessões e obras de governos locais.
Nesse momento, o presidente do BNDES lembrou que o banco tem uma carteira de projetos estruturados para concessões e PPPs no Brasil.
O presidente do BNDES afirmou que o recurso que será aportado no pacote pelo banco de fomento brasileiro serão destinados a obras de cinco rotas logísticas no país. Os recursos das outras instituições financeiras apoiarão projetos nos demais países.
— Não é um esforço qualquer. Melhorar a infraestrutura vai permitir adensar as cadeias produtivas regionais. A pactuação entre os estados vai permitir mais investimentos – afirmou Mercadante.
Diaz-Granados, do CAF, afirmou que os US$ 3 bilhões a serem aportados pela instituição multilateral andina serão distribuídos em três anos.
Ilan Goldfajn, que foi presidente do Banco Central (BC) no governo Michel Temer (MDB) e atual presidente do BID, destacou que o apoio das instituições multilaterais não será apenas com recursos financeiros, mas também com assessoria técnica para a elaboração dos projetos de investimento.
– Não é só de plata (dinheiro). Também tem conhecimento, especialistas, uma equipe dedicada – afirmou o presidente do BID.
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