A Duratex —
conhecida pela liderança em painéis de madeira, louças e metais sanitários —
anunciou, nesta quinta-feira (21), joint venture com o grupo austríaco Lenzing
AG que vai possibilitar a entrada da companhia no segmento de celulose solúvel
do tipo viscose. Em conjunto, Duratex e Lenzing vão investir US$ 1 bilhão em
fábrica da matéria-prima, com capacidade de 450 mil toneladas por ano, no
Triângulo Mineiro.
Será a maior
linha de produção de celulose solúvel do mundo, segundo o presidente da Duratex,
Antonio Joaquim de Oliveira. O segmento responderá por um terço dos resultados
da companhia quando a fábrica estiver à plena capacidade.
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“A
expectativa de retorno é muito boa, e o risco é baixo”, contou Oliveira ao
Valor. O retorno sobre capital e as margens do novo segmento são superiores aos
das áreas tradicionais de atuação da Duratex. O executivo ressalta que o
impacto da joint venture no desempenho da Duratex não será imediato. O início
da fabricação pela empresa de celulose solúvel do tipo viscose — matéria-prima
para a indústria têxtil — está previsto para 2022.
A Lenzing —
uma das maiores fabricantes mundiais de fibra de celulose — terá o controle da
nova empresa, com 51% de participação, e a Duratex ficará com os demais 49%.
A totalidade
da produção da joint venture será vendida para a Lenzing em condições de
mercado e exportada para fábricas da empresa austríaca na Europa, na Ásia e nos
Estados Unidos. No início do ano, quando as negociações já estavam avançadas, o
preço da tonelada de celulose solúvel era de US$ 900. Nesta quinta-feira, a
tonelada era cotada a US$ 935.
No país, há
dois outros produtores de celulose solúvel: a Bahia Specialty Cellulose — da
Bracell Limited, pertencente ao grupo indonésio Royal Golden Eagle (RGE) — e a
Jari Celulose.
Fábrica na
floresta
Mais da
metade do que será investido pela Duratex na parceria ocorrerá por meio de
aporte de 43 mil hectares de florestas, e o restante serão recursos
financeiros, com parcela a ser captada nos mercados doméstico e internacional.
Segundo o
presidente da Duratex, a fábrica de celulose solúvel será instalada
“praticamente dentro da floresta”. O raio médio de distância é de 50
quilômetros, abaixo dos 60 quilômetros médios das operações atuais de painéis
de madeira da Duratex.
A fazenda
que será destinada à joint venture se situa em cinco municípios do Triângulo
Mineiro — Araguari, Estrela do Sul, Indianópolis, Romaria e Nova Ponte. Ainda
não há definição em qual deles será instalada a fábrica. Até que a produção de
celulose solúvel tenha início, a Duratex vai manter os contratos de vendas de
madeira em pé, cortada e cavco.
O
detalhamento final da implementação do projeto ocorrerá no segundo semestre de
2019. Até lá a Duratex buscará licenciamento ambiental para o projeto e a
infraestrutura necessária, e fará o detalhamento da engenharia do
empreendimento. “Só voltaremos atrás se houver um revés não esperado”, diz
Oliveira.
Segundo o
executivo, nos seus quase 32 anos de Duratex, este foi “o projeto mais
detalhado, mais discutido e que demandou mais tempo”. “Estou super animado”,
afirma o presidente. Antes de bater o martelo da joint venture, as duas partes
conversaram por quase dois anos para definir o negócio e acertar detalhes.
Nos últimos
anos, a Duratex já havia ampliado sua atuação, entrando em chuveiros,
revestimentos cerâmicos e no segmento digital, por meio das aquisições da Ducha
Corona, da Ceusa e de participação minoritária no portal Viva Decora,
respectivamente.
– Fonte: http://www.valor.com.br/empresas/5612353/duratex-anuncia-parceria-com-austriaca-lenzing-ag
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