Uma nova estação do metrô, no Leblon, poderá se tornar viável graças a uma parceria entre a prefeitura e o governo do estado.
De acordo com o secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, a idéia é que, juntamente com o novo trecho em estudo entre a Praça General Osório, em Ipanema, e o Largo da Memória, no Leblon — projeto noticiado ontem por Ancelmo Gois em sua coluna no GLOBO —, sejam construídas garagens subterrâneas, o que depende de autorização do município.
A estimativa do secretário é que a extensão de quatro quilômetros custe em torno de R$ 1,5 bilhão.
Segundo Lopes, para o novo trecho da Linha 1 precisarão ser licitadas tanto a construção como a concessão. Isso porque na Linha 1 as obras estão licitadas até a estação General Osório, que deve ficar pronta no próximo ano. Já a concessão da operação vai até a mesma estação e inclui um trecho entre ela e o Jardim Botânico (Jockey Club).
Presidente da Associação de Moradores do Leblon, João Fontes afirmou que o ideal seria respeitar o traçado já previsto até o Jockey. No entanto, ele disse que é preciso encontrar uma solução urgente para a área de transporte no bairro.
— Temos o trânsito de 47 linhas de ônibus, mais vans piratas, táxis e outros veículos — diz. — O bairro, que era residencial, virou um buzinaço.
A outra idéia é fazer com que a Linha 4, concedida em 1998 para ligar Botafogo ou Copacabana à Barra, se integre à estação do Leblon, que ficaria na área do 23oBPM (Leblon).
No entanto, uma mudança no traçado original concedido — que faria a Linha 4 começar no Estácio — já foi considerada irregular pela Procuradoria Geral do Estado. Segundo o secretário, o principal motivo para esse projeto é viabilizar o plano de transportes para a candidatura do Rio a sede das Olimpíadas de 2016.
— Nós precisamos de uma forma de unir o parque hoteleiro da Zona Sul com a Barra e achamos que essa proposta é a mais viável — afirmou Lopes.
O prefeito eleito Eduardo Paes se mostrou otimista com o novo projeto, que, segundo ele, foi sugestão do próprio Comitê Olímpico Internacional.
— É um bom projeto, incluindo essa nova proposta. É uma possibilidade de fazermos isso já olhando para as Olimpíadas de 2016 — disse Paes.
Julio Lopes disse que espera a parceria da prefeitura para viabilizar a obra. Segundo ele, a idéia é que os recursos sejam obtidos com a venda de terrenos do metrô, que enfrentam problemas junto ao município para isso. Além disso, o secretário pretende dar a concessão, junto com o metrô, de garagens subterrâneas para serem exploradas pelo vencedor da concorrência.
UMA OBRA MAIS CARA E BEM MAIS COMPLICADA
Segundo o secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, o novo projeto ainda não foi elaborado, mas a expectativa é que tenha custo mais alto porque a linha ligando Ipanema ao Leblon não passará por trechos de maciços rochosos.
A perfuração de túneis em maciços, como ocorreu entre as estações de Botafogo e Cardeal Arcoverde e entre Siqueira Campos e Ipanema, tem custos mais baixos.
Além de mais cara — quase sempre há necessidade de desapropriações —, a obra do metrô, ao passar por vias urbanas, também provoca impactos no trânsito da cidade, porque implica o fechamento de ruas. Foi o que aconteceu em quase toda a construção da Linha 1 do metrô, da Tijuca a Botafogo. Mais recentemente, a execução do trecho entre as estações Cardeal Arcoverde e Siqueira Campos causou transtornos aos moradores de Copacabana. A Rua Tonelero foi parcialmente interditada, além de outras vias de acesso ao Bairro Peixoto.
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