Empresas de Ribeirão Preto que produzem artigos em miniatura para adeptos de aero e ferreomodelismo fazem sucesso no país e estão conquistando uma fatia do mercado internacional. Uma delas é a Indústrias Reunidas Frateschi, localizada na Vila Carvalho. Fundada há 40 anos, é a única fabricante de trenzinhos elétricos em escala da América Latina. Com uma linha composta por mais de 200 modelos diferentes, possui mais de 15 mil clientes cadastrados em todo o Brasil e embarca suas peças principalmente para Argentina e os europeus Alemanha e França.
O gerente da fábrica, Lucas Frateschi, calcula que cerca de 10% do volume produzido é exportado. Quase toda a montagem das miniaturas, moldadas em plástico, é manual, feita por 30 funcionários. Quem visita o lugar se depara com réplicas perfeitas de locomotivas e vagões usados, antigamente, pela Companhia Paulista de Estradas de Ferro e pela Fepasa (Ferrovia Paulista S.A.), por exemplo. Também é possível encontrar modelos de trens da Nova Zelândia, de Taiwan e países do continente americano. Todos são 87 vezes menores que os trens reais.
A produção da Frateschi, que surgiu com o avô de Lucas, Galileu, é, normalmente, vendida em caixas, com uma locomotiva, três vagões, um controlador de velocidade e um jogo de trilhos, em formato oval. Um iniciante no ferreomodelismo vai gastar cerca de R$ 300,00 para montar uma estrutura básica. Em comparação com o aeromodelismo (aviões e helicópteros), o automodelismo (carros) e o nautimodelismo (barcos), é a mais barata.
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Os praticantes têm um perfil parecido: homens casados, com curso superior, entre 25 e 40 anos. Muitos adotam a diversão por influência dos filhos, os primeiros a se interessarem pelo assunto. “O ferreomodelismo não é apenas um hobby. A atividade promove a interação familiar. Hoje, a juventude está muito voltada para a internet e deixa um pouco de lado a convivência com as pessoas próximas. Com o ferreomodelismo, os filhos podem ficar próximos dos pais, fortalecendo o contato”, acredita Lucas Frateschi.
Outro que está satisfeito com os negócios é Virgílio José Cabral, morador da Vila Virgínia. Desde criança, é apaixonado por aviões. “Na infância, morei em Ilicínea, no sul de Minas, e ficava admirando o movimento no céu. Comecei a fabricar aviões de brinquedo com madeira. De lá para cá, não parei mais”, lembra Cabral, de 54 anos, que há 28 se profissionalizou na arte de confeccionar aeromodelos. Além de ser conhecido em praticamente toda Ribeirão Preto, vende suas criações para vários Estados. No exterior, os clientes mais assíduos são franceses e italianos. “Sempre aparecem estrangeiros interessados”.
A fabricação dos pequenos aviões é feita num salão da própria casa. Cada modelo é composto por mais de 100 peças, todas serradas e encaixadas com paciência por Cabral. Alguns demoram até quatro meses para ficar prontos. A maioria das matérias-primas é importada. O ofício conta com a ajuda da esposa, Marilza.
Ele também é professor de aeromodelismo. Ensina as técnicas a adolescentes e adultos que buscam distração nas horas de folga. E diz que é capaz de montar qualquer tipo de avião, ao gosto do freguês. “A vantagem de uma produção artesanal é que o cliente pode determinar como será seu avião, quais os desenhos que ele terá”, conclui Cabral, que também faz consertos. “Graças a Deus, consigo tirar todo o meu sustento desta atividade”.
Amigos estão montando associação
Cinco amigos de Ribeirão Preto fascinados pela história das ferrovias estão montando uma associação para estimular a prática do ferreomodelismo na cidade. A sede será numa sala da Estação da Mogiana, onde constroem uma maquete ferroviária. Ali, vão se reunir para trocar idéias sobre o assunto e tentar resgatar a magia do transporte por trilhos, que, num passado não muito distante, já foi o motor da economia do país. Os amigos planejam, também, em parceria com a Frateschi, uma exposição no Novo Shopping, qu
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