Os passageiros dos trens de João Pessoa têm tido uma boa surpresa ao chegarem à estação central, na cidade velha da Capital. Eles têm podido presenciar a atuação de um grupo de sete grafiteiros, cinco brasileiros e dois alemães, que estão pintando os três urbanos com temas reginais. O projeto é uma parceria da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), através do ‘arte nos trilhos’ e os idealizadores do projeto Whole Train Nordest Tour.
Os projetos têm o objetivo de aproximar a arte da população através da grafitagem e da valorização da identidade regional. “A idéia é justamente interagir com a realidade local”, afirmou Otávio Pandolfo que juntamente com o irmão, Gustavo, sob o nome artístico GÊMEOS é um dos que está a frente do projeto.
Também participam ISE (Claúdio Duarte), Nunca, Koyo e os alemães, Robert e Loomit, artistas convidados. O grupo está em João Pessoa desde quinta-feira, 19, passada e os desenhos estão feitos sobre a pintura padrão da CBTU, com tintas especiais, e em poucos minutos a obra de arte fica pronta.
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Jackson do Pandeiro, visual tem entusiasmado passageiros Os temas regionais foram sugeridos pelos empregados da Companhia, em João Pessoa, mas o artista tem a liberdade de criar e de exibir seu estilo. “Tivemos não só um ganho estético, mas também fortalecemos nossa identidade, agora estamos nos vendo no trem, através da nossa cultura. É emocionante”, afirma Lucélio Cartaxo, superintendente da CBTU.
Já foram pintados Sivuca, Jackson do Pandeiro, desenhos que remetem ao São de Campina Grande, casarões e igrejas do centro histórico da capital, figuras abstratas e bonecos tipo desenho animado. Os trabalhos serão concluídos domingo, 22, quando o grupo promete estar com todos os carros grafitados.
A intenção, segundo o superintendente da CBTU, é transformar os trens numa galeria móvel, “transformar os trens em telas, priorizando a cultura local”, reforça.
Reação – “Ficou mais bonito, né ?”, perguntou e respondeu seu Clodomiro Barbosa, com um sorriso desconfiado. A reação do aposentado era com o colorido, os desenhos e formas que, a partir de agora, estarão presentes no dia-a-dia dele e de mais de dez mil usuários dos trens da região metropolitana.
divulgação Desenhos estarão no dia a dia de mais de 10 mil passageiros Alguns se orgulhavam de não ter dúvida que uma das figuras com uma sanfona na mão e olhar singelo era o mestre Sivuca. Outros tentavam entender o que significava cada traço, mas, aos poucos iam percebendo a transformação de cinco carros de passageiros (vagões).
Para um grupo que passou horas observando, essas mudanças tinham a ver com conhecimento e aprendizado. Eram os grafiteiros de João Pessoa. Gente como os irmãos Vitor e André Nery, que ficaram empolgados com que viram.
“Estou tentando pegar um efeito de 3D (três dimensões)”, disse um deles. O outro procurava perceber os estilos. “Aquele pinta no estilo throw-up”. Para os irmãos, o atelier a céu aberto serviu para que vissem que a grafitagem está cada vez mais valorizada. “Apesar de acharmos que a arte da grafitagem é marginalizada em João Pessoa, vemos que a falta de apoio e atenção é só mais um obstáculo a ser vencido “, afirmou empolgado Vitor.
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