O Fórum Pró-Ferrovia reúne-se na primeira quinzena de maio com a participação de representantes de todos os segmentos organizados para tomar algumas decisões sobre o projeto da Ferrovia Senador Vicente Vuolo. As deliberações serão tomadas porque até agora a América Latina Logística (ALL), empresa que controla a ferrovia, ainda não se pronunciou oficialmente sobre a retomada das obras.
“Lamentamos o descaso da ALL em relação à continuidade da obra”, disse ontem o coordenador do Fórum, Francisco Vuolo, acrescentando que a entidade vai mobilizar a classe política e deflagrar um amplo movimento em favor da construção da ferrovia.
No encontro do Fórum, serão tomadas três deliberações. A primeira é sobre a ampliação dos recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que contempla investimentos no projeto ferroviário somente até Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá). “Já estivemos em Brasília e colhemos a assinatura de toda a bancada, reivindicando que os financiamentos para a ferrovia, com juros subsidiados, se estendam até o trecho Rondonópolis-Cuiabá”. Para o trecho Alto Araguaia-Rondonópolis, o PAC prevê investimentos de R$ 500 milhões.
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A segunda deliberação do Fórum será o questionamento em relação à concessão da ALL para explorar a ferrovia. A concessão, assinada em 1989 no governo do presidente José Sarney, não define o prazo para a conclusão da obra. “A OAB, que faz parte do Fórum, está estudando o contrato de concessão da ALL. Queremos que neste contrato esteja definido o prazo para o término da obra”, disse Vuolo, lembrando que a proposta do Fórum é de que a obra seja concluída num prazo máximo de 10 anos até Cuiabá.
Finalmente, o Fórum deverá cobrar da ALL a “instituição de um agente regulador de preços do frete para a ferrovia”. O Fórum quer que a ferrovia pratique preços compatíveis e garanta uma boa diferença em relação aos preços do transporte rodoviário. “Os produtores precisam conhecer a política de preços da ALL para definir de que forma vão escoar a safra”.
A FERROVIA – A Ferrovia Vicente Vuolo encontra-se com suas obras paralisadas em Alto Araguaia (415 quilômetros ao sul de Cuiabá) desde 2003. Até agora foram investidos cerca de R$ 1,5 bilhão na construção de 500 quilômetros de trilhos desde a divisa com São Paulo, em Aparecida do Taboado, até Alto Araguaia. Foram construídos também quatro terminais ferroviários (Inocência e Chapadão do Sul, no Mato Grosso do Sul, e Alto Taquari e Alto Araguaia, em Mato Grosso), além da ponte rodoferroviária.
Para a ferrovia chegar até Cuiabá é necessário mais R$ 1,2 bilhão em investimentos. Deste total, R$ 700 milhões serão aplicados no trecho de 220 quilômetros entre Alto Araguaia e Rondonópolis e, o restante, (R$ 500 milhões), no trecho Rondonópolis-Cuiabá, de 210 quilômetros.
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