Uma campanha está sendo realizada no interior de São Paulo para que as linhas de transporte de passageiros da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) ampliem o trajeto São Paulo-Jundiaí e cheguem até Campinas (93 km de São Paulo).
Segundo o diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias Paulistas, Ariovaldo Baptista, cerca de 40 km de trilhos que ligam a área ampliada atualmente estão sendo subutilizados pela ALL (América Latina Logística), que loca as linhas para a MRS Logística apenas para transporte de carga.
A proposta é que os trens com passageiros passem também por Valinhos (85 km de São Paulo), Vinhedo (79 km) e Louveira (71 km), onde há demanda reprimida, segundo Baptista. “Inúmeras pessoas saem desses municípios para trabalhar em São Paulo e voltam no final do dia, congestionando vias. A relação custo-beneficio será monstruosa”, disse.
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Para Baptista, a proposta não compete com o projeto do TAV (Trem de Alta Velocidade), ainda em processo de licitação pelo governo federal e que deverá ligar as cidades de Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro. “Esse trem não atenderá trabalhadores que fazem o trajeto diariamente e também não vai abranger as cidades que propomos no meio do caminho, como Vinhedo”, afirmou.
O sindicato estima que a passagem custe próximo dos atuais R$ 2,90.
Estudos sobre a extensão da linha já foram apresentados em audiências públicas em Campinas e Louveira. Nos próximos dias 12 e 30 de setembro, haverá debates em Valinhos e Vinhedo, respectivamente.
O presidente da Frente Parlamentar de Logística da Assembleia Legislativa, Pedro Bigardi (PC do B), afirma que o movimento é suprapartidário e reúne lideranças de diversas organizações.
Segundo ele, além da necessidade atual de mais transporte público entre as regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas, a proposta conta com a facilidade de que já existem no trajeto duas linhas: uma para carga e outra que pode receber investimentos para passageiros.
A Secretaria Estadual de Desenvolvimento Metropolitano informou que ainda não tem posição sobre o assunto, mas que o tema será tratado na chamada Agenda Metropolitana de Campinas, em que o governo estadual se reúne com autoridades da região e elenca, até o final deste ano, prioridades de investimentos.
A ALL informou que está aberta ao diálogo com os governos federal e estadual sobre eventuais ajustes no contrato de concessão.
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