Para as grandes indústrias processadoras e exportadoras de soja, os problemas logísticos para o escoamento da safra no Brasil deram aos chineses argumentos para a suspensão de contratos para a compra de 2 milhões de toneladas do grão.
“A situação do escoamento de grãos está terrível. O país enfrenta um esgotamento da logística de acesso aos portos, falta de caminhão, de ferrovia e de estradas. De fato, há atrasos nos embarques”, diz Daniel Furlan Amaral, gerente de economia da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais).
A associação representa grandes empresas como Cargill, ADM, Bunge, Dreyfus e Amaggi.
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A estimativa da entidade é que haja cerca de 150 navios na costa brasileira aguardando carregamento de soja neste momento.
De acordo com a Abiove, o alerta para o descasamento entre a infraestrutura e a expansão do setor agrícola não é novidade e todos os problemas enfrentados neste momento já foram exaustivamente discutidos com o governo.
Em cinco anos, a safra brasileira passou de 135 milhões de toneladas para mais de 180 milhões de toneladas e a infraestrutura para a exportação não avançou na mesma proporção.
Retorno da china
A previsão da Abiove, entretanto, é que a decisão dos chineses seja revista nos próximos meses.
O país asiático, que compra 70% da soja brasileira, deve importar cerca de 63 milhões de toneladas neste ano, 4 milhões a mais do que em 2011.
“Achamos que a soja ainda será negociada com os chineses. O que pode ocorrer é a substituição do fornecedor local que perdeu o contrato por outro daqui a alguns meses”, afirma Amaral, da Abiove.
Segundo a associação, só o Brasil tem volume para atender a China.
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