Lucro da CCR cresce 358% ao completar aquisições

A CCR, maior grupo brasileiro de concessões de
infraestrutura, registrou lucro líquido atribuível aos sócios da empresa
controladora de R$ 667,1 milhões no 2º trimestre, alta de 357,9% na comparação
anual. O resultado reflete sobretudo efeitos não recorrentes como a conclusão
da aquisição das fatias na ViaQuatro, que administra a Linha 4-Amarela do Metrô
de São Paulo (totalizando 75%), e na ViaRio, responsável pela construção e operação
da Transolímpica, em que a CCR passa a deter 66,66% das ações. Ambas as fatias
foram compradas da Odebrecht Transport (OPT).

“O efeito não recorrente foi de R$ 547 milhões”,
disse Marcus Vinícius Macedo, gerente de relações com investidores da CCR. Comparando
na mesma base de ativos, o lucro líquido subiu 195,8%, para R$ 287,5 milhões.

Neste caso o principal impacto foi a queda na taxa de juros,
com recuo do CDI. Outro aspecto que contribuiu para o resultado positivo foi a
oferta de ações realizada em fevereiro, quando a CCR captou R$ 4 bilhões.
“Passamos o trimestre com uma posição de caixa um pouco acima, tivemos um
ganho na linha de rendimentos sobre aplicações financeiras. Além disso há
outros efeitos pontuais, como a inflação menor”, destacou Macedo.

Também contribuiu o aumento de 4,8% do lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado na
mesma base, que passou para R$ 1 bilhão.

Já a receita líquida caiu 8,9% na comparação trimestral
anual, para R$ 2,33 bilhões. Excluindo a receita de construção, a receita
líquida aumentou 15,2%, atingindo R$ 1,84 bilhão no trimestre.

A alavancagem, medida pela relação entre dívida líquida e
Ebitda dos últimos 12 meses, permaneceu em 1,8 vez – mesmo índice do trimestre
anterior.

“O caixa está relativamente alto, em R$ 3,4 bilhões em
junho”, disse Macedo. Parte dos recursos da capitalização foi usada para
amortizar algumas dívidas que estavam vencendo, mas não houve pré-pagamentos. A
CCR também fez refinanciamentos a custos menores. “O mercado hoje está
melhor”, afirmou o executivo.

Com dinheiro em caixa, a CCR permanece estudando
possibilidades de ampliar o portfólio via novas concessões e Parcerias
Público-Privadas (mercado primário) ou por meio de aquisições (mercado secundário).

No lado operacional, o principal negócio da CCR -as rodovias
– teve uma leve queda. O tráfego consolidado em oito concessões caiu 0,8% no 2ª
trimestre, para 239,2 milhões de veículos equivalentes. A maior queda foi na MS
Via (que administra a BR-163 no Mato Grosso do Sul), com recuo de 20%, para 9,7
milhões de veículos equivalentes. A operação da Autoban (que administra o
Sistema Anhanguera-Bandeirantes, em São Paulo), o principal ativo da CCR,
cresceu 0,3%, para 65,5 milhões de veículos equivalentes.

A tarifa média nas rodovias cresceu 7,7%, para R$ 6,54 por
veículo equivalente. O maior reajuste percentual ocorreu na Autoban, com alta
de 9,6%, para R$ 7,96.

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