O Metrô vem perdendo, ano a ano, o lugar no pódio de sistema
de transporte público eficiente, de qualidade e orgulho dos paulistanos para um
serviço caótico, superlotado e precário.
As panes e falhas do Metrô evoluíram do patamar de casos
rotineiros para cotidianos. Nesta quarta-feira 20, às 6h30, os usuários da
Linha 3 – Vermelha foram novamente castigados pela omissão e falta de
investimentos por parte do governo Geraldo Alckmin na manutenção, modernização
e expansão do sistema, que trazem como consequência as chamadas “falhas”.
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A decomposição do sistema é latente.No último dia 14,
usuários ficaram duas horas nas filas para acessar o Metrô, por conta de outra
falha na linha 5 – Lilás. No dia 8 de agosto, uma pane elétrica na linha 1 –
Azul, entre as estações Vila Mariana e Paraíso, levaram passageiros a caminhar
pelo túnel.
Uma das explicações para tantas falhas é o fato de o governo
do Estado priorizar o pagamento à Concessionária Via Quatro, que opera a Linha
4 – Amarela, em detrimento da aplicação de recursos no Metrô.
O usuário paga na catraca a tarifa no valor de R$ 3,80.
Desde fevereiro, a concessionária tem recebido o valor de R$ 2,01 por
passageiro transportado na linha. Já para o Metrô, o governo continua pagando
apenas o valor de R$ 1,90. Esta diferença de centavos se expressa em milhões em
decorrência do número de passageiros.
A receita tarifária da Concessionária Via Quatro, conforme
dados extraídos do balanço da empresa, foi de R$ 377 milhões em 2015, enquanto
o Metrô recebeu R$ 135 milhões do governo do Estado – o repasse, porém, chegou
apenas em 2016.
Neste mesmo ano, a Concessionária recebeu da receita
tarifária R$ 416 milhões, enquanto o Metrô não recebeu até hoje o repasse do
governo do Estado.
Vale ressaltar que, entre 2011 e 2015, o governo Alckmin
deixou de repassar mais de R$ 1,1 bilhão ao Metrô.
Outro dado gritante é o de que os cortes de investimentos em
recapacitação e modernização da linha 3 – Vermelha, de 2014 a 2016, foram de
72% – boa parte da explicação para as contantes falhas no sistema, decorrentes
de falta de manutenção.
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