Tarifa mais cara, mas com trens climatizados.
Essa possibilidade foi aventada pelo presidente da Trensurb, David Borille, em carta encaminhada ao Ministério do Desenvolvimento Regional.
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A Trensurb, empresa do governo federal que opera os trens urbanos na região metropolitana de Porto Alegre, estuda instalar ar-condicionado em 15 trens da frota antiga em troca do aumento da tarifa, que passaria dos atuais R$ 3,30 para R$ 4,20, reajuste de 27%.
O aumento, solicitado pela empresa, precisa ser aprovado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional.
O sistema, também chamado de Metrô de Porto Alegre, possui 22 estações, totalizando 43,4 km de extensão.
Segundo matéria do portal Agora ZH, antigo Zero Hora, Borille sugere instalar ar-condicionado em 15 dos 25 trens da Série 100 caso o aumento de 27% na tarifa se confirme.
Esses trens estão em funcionamento desde 1985, e são os mais utilizados na operação.
Além destes, há 15 trens novos, da Série 200, que já possuem ar-condicionado, dos quais dez estão disponíveis para circular. Cinco estão fora de circulação, aguardando peças de manutenção que ainda não chegaram à Trensurb.
A frota completa deve estar em operação apenas em março, prevê a empresa.
Na carta, segundo o Gaúcha ZH, Borille explica que a falta de climatização nos trens antigos é “a maior queixa dos usuários”. Ele afirma no texto que é “comum ver usuários não pegarem um trem quando ele não tem ar-condicionado, esperando o trem seguinte com ar, gerando superlotação nos novos trens”.
RECOMPOSIÇÃO TARIFÁRIA
A Trensurb aumentou a tarifa em janeiro de 2018 após dez anos de congelamento. O reajuste de 94,1% quase dobrou o valor, que passou de R$ 1,70 para R$ 3,30.
Para 2019, o Conselho de Administração da estatal gaúcha propôs, em dezembro de 2018, um novo aumento, de 27,3%, que elevaria a tarifa de R$ 3,30 para R$ 4,20. Relembre: Tarifa do Metrô de Porto Alegre pode passar a R$ 4,20 em 2019
Afirmando tratar-se da continuidade da recomposição tarifária, o Conselho da Empresa não deu mais detalhes de como chegou a esse percentual.
A assessoria da estatal informou apenas que o Plano de Negócios é um documento exigido pela Lei 13.303/2016, conhecida como Lei das Estatais, que traz informações, projeções e diretrizes que norteiam a atuação da organização.
Pela legislação, as decisões do Conselho de Administração da Trensurb dependem da avaliação de outras instâncias do governo federal. Ou seja, o aumento da tarifa, caso seja aprovado, passará a valer a partir de fevereiro de 2019.
A empresa gaúcha, que opera o metrô de Porto Alegre, é vinculada ao Governo Federal. Até 2002, a estatal era ligada ao Ministério dos Transportes, passando, em 2003, a atender as orientações do Ministério das Cidades. Em janeiro de 2019, com a extinção do Ministério, a Trensurb ficou vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Regional.
Diante da solicitação de reajuste sugerida pelo Conselho da Trensurb, o Ministério respondeu em nota que a proposta está em análise, mas já adiantou que o aumento deverá ter contrapartida: “qualquer mudança no valor da tarifa deverá estar condicionada a novos investimentos no serviço de transporte público na área de atuação da Trensurb, revertidos em benefícios concretos ao usuário”.
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