Valor Econômico – A Rumo prepara-se para um novo ciclo de crescimento de uma década com a expansão da rede ferroviária até Lucas do Rio Verde (MT). Segundo o Credit Suisse, trata-se de um projeto transformador para a Rumo, que aumenta muito sua competitividade no Estado e abre espaço para um novo ciclo de crescimento.
“Em nossa opinião, a Rumo oferece um ponto de entrada atraente para negociação com uma taxa de retorno (TIR) alavancada de 10,3% real e de 53% de alta para o nosso preço-alvo de R$ 26 por ação”, diz o relatório, que manteve a recomendação de compra.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
No modelo do Credit, o projeto de extensão do VLT representa um aumento de até R$ 4,8 por ação, com potencial para outras vantagens.
Ainda segundo o banco, a principal informação nova na apresentação da Rumo, na opinião do banco, foi em relação ao tempo. A extensão poderia entrar em operação já em 2025 em um novo terminal a cerca de 200 km de Rondonópolis, que já representaria 52% do volume total estimado do projeto.
Os volumes permanecerão nos níveis de 50% até 2028 e 2029, quando os terminais Nova Mutum e LRV começarem a operar, quando os volumes deverão aumentar para 80% e 100%, respectivamente. “Isso é melhor do que nossa expectativa original de operações apenas começando em 2028. O início de três anos antes pode adicionar R$ 1,4 por ação que ainda não foi incorporado ao modelo”, diz.
Outra vantagem potencial na extensão do Lucas do Rio Verde diz respeito aos volumes. A Rumo estima que a extensão tem potencial para adicionar 18 milhões de toneladas de grãos até 2030.
“Na verdade, concordamos com essa estimativa, pois chegamos ao mesmo número em nosso próprio modelo de exportação de grãos MT. No entanto, acreditamos que esse potencial será limitado pela capacidade de receber esses volumes adicionais em Santos. Em nosso modelo de avaliação, assumimos 13,3 milhões de toneladas de volume líquido de novos grãos”, diz.
Se a Rumo de fato adicionar 18 milhões de toneladas, então poderia representar mais R$ 1,1 por ação e 0,3% TIR de alta em relação ao caso-base — usando as mesmas tarifas, que foram assumidas R$ 215 por tonelada tonelada em VLT, em comparação com um preço-teto competitivo de R$ 270 a tonelada.
Goldman Sachs
O Goldman Sachs afirmou que a extensão não será precificada pelo mercado no curto prazo, isso devido ao longo período de retorno do investimento, com uma primeira contribuição no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) somente em 2025.
“De modo geral, embora não levemos em consideração essa extensão em nossos números no momento, com base nas expectativas da Rumo e em nossas estimativas preliminares, vemos um valor presente líquido potencial por ação de R$ 4 (24% do preço atual da ação), com uma taxa de retorno implícita real desalavancada de 16% e uma contribuição de Ebitda em 2030 de R$ 2,8 bilhões, o que representa cerca de 33% da projeção de Ebitda para a Rumo em 2030”, diz o relatório.
Sendo assim, o Goldman Sachs manteve a recomendação neutra e o preço-alvo em R$ 18, apesar de ver uma perspectiva promissora de longo prazo.
“Finalmente, embora nossas estimativas preliminares apontem para uma criação de valor potencial de 24% do valor de mercado atual, observamos para referência que essa criação de valor potencial seria totalmente compensada por um aumento de 1,4 ponto percentual na taxa livre de risco (enquanto as taxas de 10 anos no Brasil aumentaram cerca de 2 p.p. desde meados de julho)”, completa.
Seja o primeiro a comentar