O Globo – O prefeito Eduardo Paes se manifestou acerca da licitação para a escolha de uma empresa que assumiria a bilhetagem eletrônica do transporte público da cidade, realizada na terça-feira, que terminou sem desfecho devido ao não comparecimento de empresas interessadas em assumir no serviço. Em evento de agenda na tarde desta quarta-feira, Paes disse que não abrirá espaço para que a empresa RioCard TI, que faz a gestão do sistema e é controlada por empresários que operam as linhas, participe de uma nova licitação.
— Não. Não é o ideal. A gente quer desverticalizar o sistema: não dá para quem é dono da operação cuidar também da bilhetagem. Isso é central nesse sistema novo que estamos montando, até para a prefeitura poder eventualmente fazer subsídio e pagar o bilhete único universitário, por exemplo. Se eu não sei quantos universitários entram de verdade, como eu vou pagar pelo benefício? — questionou Paes.
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O prefeito disse acreditar que eventuais dúvidas no edital podem ter sido a causa do desinteresse das empresas pela licitação:
— Acredito que deve ter ocorrido dúvidas não informadas, não sanadas no edital. Agora, faremos mais uma rodada de conversas com o setor privado, com as empresas e consórcios que tenham interesse de participar, para esclarecer as dúvidas e eventualmente fazer modificações no edital para permitir que ele seja licitado.
Questionado se planeja permitir a participação de empresas estrangeiras na licitação, Paes disse que essa autorização já existe.
— Sim, sim, acho que isso tem que estar o mais aberto possível. Aliás, eu não sei…elas já não podem não? Acho que já está aberto para empresas estrangeiras sim. Talvez precisemos fazer um trabalho melhor de prospecção. É que o Brasil de hoje é mais complicado: em tempos passados, eu procuraria empresas privadas e conversaria. Hoje em dia, com essas restrições todas, pode vir um doido aí dizendo que a gente procurou porque queria que ganhasse. Então, tenho que me preservar muito nisso. Mas a secretária Maína (Celidônio, de Transportes) vai conduzir esse processo, abrir o debate e ver que modificações precisam ser feitas no edital — afirmou o prefeito, que disse ainda não considerar a hipótese da prefeitura assumir definitivamente o controle da bilhetagem:
— Não acredito que haja, de novo, esse desinteresse pela licitação. Para assumirmos o controle, é preciso de muita tecnologia e atualização, e isso é uma coisa que governo não faz bem. A gente pode controlar bem o sistema, mas as experiências ruins que o Brasil já teve nesse âmbito não nos permitem imaginar que isso aconteça.
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