G1 – O Fantástico trouxe neste domingo (9) flagrantes de um crime: trens que transportam toneladas de cargas são saqueados a caminho do porto de Santos – o maior do país.
Dezenas de pessoas aliciadas pelos chefes do esquema invadem os vagões e roubam mercadorias – especialmente soja, que depois é revendida. Ataques muitas vezes violentos, que ameaçam a vida de quem trabalha nas ferrovias.
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Segundo as investigações, João Estanislau, conhecido como ‘o Rei da soja’, é o cabeça do esquema que atinge mais do que as empresas de transporte ferroviário.
Duas das empresas flagradas pertencem a João Estanislau. Oficialmente, são empresas de varrição, que tiram dos trilhos a quantidade que naturalmente cai dos trens de carga. Um trabalho legalizado. Mas, de acordo com a polícia, não foi por causa dele que Estanislau ficou conhecido como “Rei da soja”.
A quantidade de soja encontrada nos galpões era incompatível com o trabalho de varrição, era muito maior do que seria juntado só com a limpeza dos trilhos. Segundo os investigadores, foi assim que o cerco se fechou em João Estanislau, o dono dos galpões.
A polícia descobriu também que, entre junho e setembro do ano passado, João Estanislau gastou em São Paulo quase R$ 300 mil na compra de 146 mil sacos de ráfia, e que depois os distribuiu pela baixada santista. Em 24 de fevereiro deste ano, policiais encontraram 130 toneladas de soja e açúcar nos galpões dele.
É como se os trens, quando estão quase chegando ao porto, dessem meia-volta com a mercadoria. O que seria exportado gerando receita para o Brasil é revendido no mercado interno mesmo, principalmente para fábricas de ração para animais.
A polícia ainda investiga os compradores. O que já se conhece bem é o prejuízo causado por esses ataques.
João Estanislau responde em liberdade a duas ações por receptação de carga roubada. Em nota, a defesa disse que ele é um empresário idôneo que provará sua total inocência nas respectivas ações penais movidas pelo Ministério Público.
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