Folha de S. Paulo – O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) autorizou nesta segunda-feira (10) a contratação e realização de estudos para privatização da Sabesp e das linhas de trens da CPTM que ainda estão com o poder público.
O anúncio foi apresentado durante o balanço dos 100 dias de governo. Os estudos de viabilidade serão contratados pela Secretaria de Parcerias em Investimentos.
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Ao falar sobre a Sabesp, o governo comentou que as pessoas “estão menos resistentes” e “mais acostumados aos serviços privados”.
Pesquisa Datafolha, porém, mostrou que a privatização da companhia de saneamento paulista é rejeitada pela maior parcela dos moradores do estado.
De acordo com o levantamento, 53% dos entrevistados dizem ser contra a transferência da empresa para a iniciativa privada, enquanto 40% são a favor. A minoria (1%) declara ser indiferente, e 6% não sabem.
Tarcísio reforçou na abertura da apresentação que é preciso cumprir promessas de campanha para que as pessoas recuperem a fé na política.
A privatização da Sabesp foi uma das propostas do governador durante a corrida eleitoral ao Palácio dos Bandeirantes.
Sobre a CPTM, a privatização pretendida pelo governo é para o conjunto das linhas 10-turquesa, 11-coral, 12-safira, 13-jade, além da futura linha 14-ônix, que fará a ligação com Guarulhos, na Grande São Paulo.
Como a Folha vem mostrando, as duas linhas atualmente concedidas à iniciativa privada, 8-diamante e 9-esmeralda, apresentam uma série de problemas, desde superlotações e atrasos a descarrilamento de trens com passageiros. Os trechos são operados pela empresa ViaMobilidade.
A ViaMobilidade afirma que vem sofrendo com diversos atos de vandalismo e que, pelo padrão, pode tratar-se de “ação deliberada” para prejudicar suas operações.
Três pessoas foram presas na madrugada desta segunda após invadirem o pátio de Presidente Altino, da linha 9-esmeralda, em São Paulo, com ferramentas específicas de corte.
Tarcísio reforçou, durante entrevista a jornalistas, as suspeitas de sabotagem levantadas pela empresa que opera a ferrovia e disse que o caso será investigado.
“Eu não posso afirmar nada, é necessário fazer uma investigação. O fato é que não houve nesses ataques a intenção de furtar cabos. Houve rompimento de cabos de fibra ótica, que interferem no sistema de sinalização”, disse.
“Quem é que vai lá cortar cabo de fibra ótica, algo que compromete a sinalização? Alguém está interessado. Qual é o interesse em fazer isso? Não sei. Tem que investigar.”
Ele destacou, no entanto, que esse é um problema adicional a ser resolvido, o que não exime a companhia dos problemas que a operação vem apresentando.
Na apresentação, as parcerias com a iniciativa privada ganharam destaque. Tarcísio mencionou iniciativas para atrair R$ 180 bilhões de investidores para o portfólio de projetos do estado.
Além de projetos de mobilidade, como a ligação de trem entre São Paulo e Campinas, o governador destacou que o setor privado participará da construção do novo centro administrativo do governo do estado, na região dos Campos Elíseos.
Tarcísio também assinou nesta segunda a autorizações para a abertura de concursos para contratação 5.400 soldados da Polícia Militar de 2ª classe, além de 200 alunos oficiais.
Também no pacote de privatizações está a desestatização da Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia).
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