Com a construção do Terminal do Valongo, empresa vai ter movimentação de 600 mil TEUs. Companhia vai investir cerca de US$ 1 bilhão para atingir 200 milhões de toneladas até 2010. Somente 4% dos contêineres que chegam ao porto vêm por ferrovia.
Entre os planos da MRS está um investimento de R$ 400 milhões para a construção do Terminal do Valongo (Teval), em Santos, onde poderão ser movimentados até 600 mil TEUs (unidade de medida equivalente a um contêiner de 20 pés ) por ano quando estiver em plena operação. A MRS dispõe de um terreno cuja área soma 300 mil metros quadrados. O local é atualmente usado como pátio de manobras ferroviárias e oficinas para locomotivas. Por ser menos complexa, a fase inicial seria a de contêineres, prevista para entrar em operação até o fim de 2007.
“Isso é uma questão de investimento. Vamos investir cerca de US$ 1 bilhão na companhia para dotar de capacidade física para atingir em volume transportado acima de 200 milhões”, disse o presidente da empresa Júlio Fontana Neto. Hoje a movimentação da empresa é de 115 milhões de toneladas e a empresa pretende dobrar esse número até 2010.
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O plano da MRS é criar uma malha de infra-estrutura e logística para transporte de contêineres até o porto de Santos, abrangendo Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Sepetiba, Vale do Paraíba e São Paulo. Hoje, dos contêineres que chegam ao porto, somente 4% vêm por ferrovia e a meta da MRS é atingir 30% até 2010. “Hoje nos temos uma participação pequena em relação o que é movimentado”, disse Fontana Neto.
O projeto prevê a construção de um terminal multiuso: para contêineres, cuja demanda é crescente no país, e para armazenagem de grãos. Prevê ainda um píer para embarque dos grãos, o qual seria interligado ao terminal por uma correia transportadora. Essa parte ainda depende de aprovação da Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. “Esperamos que a fase final de aprovação da correia transportadora se dê até o final de abril”, comentou Fontana Neto.
Na segunda fase, para captação e movimentação de grãos, está prevista a construção de três armazéns com capacidade de 130 mil toneladas cada um. As cargas, de diversas origens, chegarão em trens e caminhões. Essa etapa deverá levar mais dois ou três anos.
Em contêineres, o movimento total da companhia deverá passar para 132 mil TEUs. Em 2006, foram transportadas 124 mil TEUs, o que representou 1% da receita total da MRS, que foi de R$ 2,273 bilhões. “O transporte de contêineres é um negócio pequeno ainda. Nos temos uma situação sui generis. O transporte de ferro gusa em contêiner é muito pesado e esse é um transporte especializado. Conseguimos resolver uma questão logística”, disse Fontana Neto. A empresa pretende desenvolver mais esse mercado e já atende todas as siderúrgicas do país.
Outro grande destaque da rota é a inauguração do Terminal de Sarzedo Novo, na região da Grande Belo Horizonte, que viabilizou a conquista de novos clientes e o incremento de fluxos já existentes na MRS. Com cerca de três meses de funcionamento, o movimento foi de 550 contêineres mensais neste terminal.
Em termos de investimento em maquinário, a empresa vai colocar em funcionamento 20 locomotivas novas ainda esse semestre e até o final do ano mais 34 locomotivas usadas. A empresa também comprou cerca de 700 vagões.
Sobre a viabilidade da MRS em expandir a malha ferroviária, como a construção de novas linhas férreas, Fontana Neto disse que otimizar a malha existente é um objetivo. “Construir novos trechos somente parcerias e se trouxer retorno para o investimento. Temos um projeto que é o Ferro Anel Triângulo Norte, onde vamos entrar com um aporte de 30% da soma total. As negociações estão indo bem, inclusive incluímos o projeto no PAC, se tornando uma obra preferencial do governo federal”, conclui Fontana Neto.
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